Fundar uma empresa familiar não é
tarefa fácil, porém, mantê-la pode ser menos ainda. Segundo dados do Grupo de
Estudos de Empresas Familiares (GEEF) da Fundação Getúlio Vargas, estima-se que
70% das empresas familiares não atingem a sua segunda geração, e menos de 10%
chegam à terceira. O número é preocupante visto que as empresas familiares são
responsáveis por aproximadamente metade do Produto Interno Bruto nacional
(PIB).
Com isso, o que fazer para sua empresa
sobreviver às próximas gerações? Qual é o segredo? Para Univates Veloni Salvi,
economista e professor, “o segredo [...]é harmonizar os interesses,
principalmente os econômicos, do negócio, que são os que mais geram conflitos”.
Isso gera confiança.
John Davis, professor da Harvard
Business School, enfatiza a necessidade dos proprietários de negócios
familiares respeitarem o profissionalismo e valorizarem a boa gestão, deixando
de lado o favoritismo aos membros da família. As funções dos familiares não
devem estar atreladas ao seu papel dentro da família, mas sim a sua capacidade
profissional.
Já para Joseph Astrachan, professor da
Universidade americana Kennesaw State University, o segredo do sucesso das
empresas familiares está na comunicação. As famílias devem investir em
comunicação aberta e honesta e reforçar os valores da empresa para as próximas
gerações.
Confiança, profissionalização, comunicação,
modernização, manutenção da gestão, são alguns requisitos para a sobrevivência
de uma empresa familiar, mas o essencial é o planejamento.
As empresas familiares precisam
planejar estrategicamente e prever sucessão que garanta a sobrevivência dos
negócios quando for necessário o afastamento de seu fundador. Muitas empresas não planejam a sucessão, e no
momento da transição correm o risco de se depararem com herdeiros
despreparados, interesses divergentes, conflitos familiares, etc.
Portanto, um planejamento jurídico
sucessório estruturado e delineado é o recurso garantidor da sobrevivência da
empresa por várias gerações.
Beatriz B. Nóbile, Laura G. Pedalino e
Polyanna L. Barbosa