Estudos concluem que a Região Centro-Oeste do país precisa de investimentos de R$ 36,4 bilhões até 2020 para garantir o escoamento ágil e eficiente da produção agropecuária. Este valor será necessário para execução de 106 projetos prioritários no intuito de ampliar e modernizar a infraestrutura de transportes no Distrito Federal (DF), Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Investimento que vem em uma boa hora, visto que o país sofre com o escoamento de grãos.
A pesquisa, coordenada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), deu origem ao Projeto Centro-Oeste Competitivo, como parte dos estudos das necessidades prioritárias do país, já executado nas regiões Norte, Nordeste e Sul. No entanto, na região Sudeste o mapeamento deve ficar pronto em meados de 2014.
O Projeto Centro-Oeste Competitivo assegura que o setor produtivo da região gasta R$ 60,9 bilhões ao ano com o transporte de cargas, equivalentes a 8,7% do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas produzidas no DF e nos três Estados. Gastos que podem ser abatidos em R$ 7,2 bilhões por ano com a execução dos projetos prioritários para a construção de uma malha logística adequada.
Segundo a senadora Kátia Abreu, o Centro-Oeste brasileiro é responsável
por quase metade dos grãos produzidos no país, embora 56% da produção sejam
acima do Paralelo 16, apenas 14% são escoados pelos portos do Norte e do
Nordeste. Só com investimentos maciços em infraestrutura, diz a senadora,
aproveitando os rios, “será possível inverter essa lógica que sobrecarrega os
portos do Sul e do Sudeste, baixar os custos do transporte e preservar o meio
ambiente”.
Já o presidente da CNI Robson Andrade, ao identificar os investimentos
que mais ajudariam a diminuir o custo logístico do país, os empresários
contribuem para o planejamento governamental de médio e longo prazo. Segundo
ele, “a indústria pode e quer participar do esforço para recuperar e modernizar
a infraestrutura do país”, pois uma rede de transporte integrada e eficiente
“facilita a distribuição dos produtos, reduz os custos e aumenta a
competitividade brasileira”.
O Centro-Oeste Competitivo ressalta que das 106 obras prioritárias para a região, 19 (16,4%) estão em andamento. As demais estão em fase de projeto ou apenas nos planos governamentais. O levantamento da CNI e da CNA identificou 26 projetos no transporte ferroviário, com custos de R$ 17,5 bilhões; 24 projetos na estrutura portuária, que vão exigir R$ 8,4 bilhões; e 34 obras essenciais para melhorar o transporte fluvial, com investimentos de R$ 6,7 bilhões.
Este projeto é a quarta publicação da série Estudos Regionais de
Competitividade, que estão sendo patrocinados pela CNI e federações estaduais
da indústria. Nos quatro estudos foram identificadas cerca de 205 obras
prioritárias, chegando a um montante de R$ 55 bilhões nos próximos sete anos.
Fontes:
http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common