Presentes no calendário anual de vários
estados as feiras agropecuárias são consideradas importantes por reunir num
mesmo local e num curto período de tempo praticamente toda a cadeia que forma o
mercado do setor do agronegócio: fornecedores, produtores rurais e compradores.
Essas feiras estão se tornando a
vitrine do agronegócio, onde algumas possuem um caráter que visa à venda e
implantação de novas tecnologias e produtos, e outras têm como objetivo central
a exposição e venda de animais.
Nesses eventos há grande investimento
na área genética, diversidade de leilões, presença de instituições financeiras
oferecendo diversas linhas de crédito, exposições de máquinas agrícolas,
automóveis, empresas de melhoramento animal, vegetal, insumos e outros, além de
atrair o público visitante com shows, alimentação e lazer.
A participação em uma feira deve ser
devidamente coordenada pela empresa participante e pode ser uma parte
importante do plano promocional para o mercado empresarial bem como para o
marketing da empresa.
No agronegócio, a importância desses
eventos se dá pela oportunidade de por em evidência a produção rural de cada
estado e em aproximar os produtores rurais e potenciais compradores das
empresas fornecedoras de insumos, defensivos e maquinários, dinamizando as
transações comerciais durante e após os eventos.
Uma pesquisa realizada pelo Sebrae
mostrou que o agronegócio representa mais da metade dos eventos realizados em
todo o Brasil, com 70% dos expositores entrevistados se dizendo satisfeitos com
o retorno obtido pela participação nas feiras; estes concordaram que a
participação em eventos deste gênero mantém a competividade da empresa no
mercado.
As novidades tecnológicas e comerciais
apresentadas nesses eventos instigam o consumidor e movimentam o mercado. Essas
reações podem ser influenciadas por ações estratégicas das organizações
participantes. Os efeitos na produção rural posteriormente à realização das
feiras são consequências das exposições de novas tecnologias de produção, bem
como vendas de insumos e implementos.
Dessa forma, os resultados das feiras
agropecuárias não atingem apenas o setor agropecuário, pois movimentam a
produção agrícola e o comércio local, que lucra com toda a logística montada
para atender os expositores e visitantes das feiras, gerando assim inúmeros
empregos, diretos e indiretos.
Referidos eventos agropecuários são
cada vez maiores e mais sofisticados, se multiplicam pelo Brasil tornando-se um
dos mais prósperos ramos do agrobusiness.[1]
O mercado de feiras e eventos está em
crescimento acelerado. Em se tratando exclusivamente de feiras, nos últimos 12
anos o mercado teve crescimento de mais de 300%, consolidando-se como os
principais encontros de negócios para milhares de grandes, pequenas e
microempresas dos mais diferentes segmentos econômicos.
Com o crescimento contínuo das
oportunidades do agronegócio estão vinculados a ele os riscos, ou seja,
possíveis brechas que podem vir a causar transtornos e prejuízos aos grandes
negócios firmados. Para se proteger disso, é necessário que a empresa tenha uma
assessoria jurídica, atuando de forma preventiva e alertando sobre as cautelas
necessárias.
A assessoria jurídica eficaz, de forma
exemplificada, agirá na elaboração, revisão e possível negociação dos
contratos, sejam estes de compra e venda, arrendamento, locação,
subarrendamento, beneficiamentos, comodato, mútuo, prestação de serviços, de
forma geral, ou também os mais específicos como os que envolvam a compra e
venda de empresas e imóveis. Neste último caso, a atuação jurídica inclui
também a indicação da estrutura societária mais adequada e a avaliação da
documentação da empresa negociada.
Nota-se, portanto, que os efeitos de
uma feira do setor de agronegócio têm impactos posteriores a sua realização,
consequência dos novos negócios firmados e relações criadas, em busca do
desenvolvimento rural sustentável e seguro.
Regiane Huss e Fernanda Camila da Silva
[1] Soma de todas as operações
envolvidas no processamento e na distribuição dos insumos agropecuários [...]
David e Goldenberg apud Graziano (1998,p50).